segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Minha memória

Quase sempre – senão sempre –
pego-me pensando em seu rosto,
o qual tanto tempo
faz que não vejo.

Tempo, muito tempo.
Suficiente para dar à luz
todas as saudades,
as quais cativo e alimento –
minhas filhas.
Mas nunca suficiente
para fazer-me esquecer
sequer um detalhe.
Como um entalhe
em minha memória.

Noite passa,
noite pára.
Manhã clara?
Nem sempre,
quando ás vezes
morta brasa.
Enquanto o tempo passa
eu me apego ao meu passado.
Penso,
relembro situações.
Com tanta inocência,
usando o meu passado
faço planos para o futuro,
que é tão incerto,
então.

Se acaso ela volte,
que me permita os beijos,
os quais guardara
em sua caixa de Pandora.
Se eu lhe encontro,
encontro em outro tempo.
E o meu tempo é
o que sempre quis eu
lhe dar.
Desculpas já não aceito mais.
E aqueles beijos que ela
guardara e escondera de mim,
guardara para um dia lembrar
e escondera porque lhe era precioso.
Que assim seja,
então.

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